Pesquisa sobre a importância dos probióticos no combate à obesidade realizada pelo professor do Ibilce, campus da Unesp em Rio Preto, Idiberto José Zotarelli Filho está entre os 10 melhores trabalhos no curso de especialização em pesquisa clínica e bioestatística da Harvard Medical School, uma das mais respeitadas instituições de ensino de medicina no mundo.
Intitulado “Investigation of the Probiotics in Modulating Tregs Cells and microRNAs in Meta-Inflammation in Patients with Obesity: A Multicenter, Randomized Placebo-Controlled Clinical Study”, o estudo de Zotarelli Filho traz uma nova perspectiva ao combate à obesidade. A pesquisa investiga como os probióticos podem influenciar o comportamento das células Tregs e microRNAs.
“A pesquisa desenvolvida aborda o uso dos probióticos específicos para a ativação das células reguladoras Tregs e microRNAs, que agem para a redução dos processos inflamatórios e meta-inflamatórios de pacientes com obesidade”, explica o pesquisador.
Os probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Eles podem ser encontrados naturalmente em alguns alimentos, como o iogurte ou o kefir, ou na forma de suplementos, que podem ser comprados em farmácias ou lojas de produtos naturais e que devem ser utilizados conforme a orientação de um médico ou nutricionista.
RESULTADOS
Os resultados sugerem que os probióticos se ligam às células dendríticas um tipo de leucócito produzido na medula óssea que pode ser encontrado no sangue, pele e nos tratos digestivo e respiratório para estimular as células Tregs e os microRNAs.
Para o processo de perda de peso, os microRNAs e as células Tregs ativados pelos probióticos atuam como mediadores entre a flora intestinal e o tecido adiposo, impactando na regulação do metabolismo.
Os principais microRNAs promovem a redução de processos inflamatórios e a transformação e queima do tecido adiposo.
Além disso, segundo estudo, os probióticos podem estimular as células a aumentarem a concentração de interleucinas, que são tipos de proteínas produzidas principalmente por leucócitos na ativação ou supressão do sistema imune e na indução de divisão, contribuindo para a restauração da função metabólica normal em pacientes obesos.
“O sentimento é de gratidão aos professores da Harvard Medical School por reconhecerem o meu trabalho de pesquisa clínica no tratamento da obesidade como um dos 10 melhores estudos desenvolvidos”, diz Idiberto.
O ESTUDO
A pesquisa do rio-pretense sugere que os probióticos podem estimular as células Tregs e microRNAs, contribuindo para a restauração da função metabólica normal em pacientes obesos.
Para o processo de perda de peso, os microRNAs e as células Tregs atuam como mediadores entre a microbiota intestinal e o tecido adiposo, impactando na regulação do metabolismo e na homeostase energética.
Esperança para o futuro
Para Idiberto Zotarelli Filho, o trabalho já representa um grande avanço para a compreensão e tratamento da obesidade, uma doença que, segundo estimativas, afetará mais de 60% da população mundial até 2030.
Com base no estudo, deve ser possível desenvolver tratamentos e medicamentos fitoterápicos para combate ou até prevenção contra a obesidade.
O pesquisador começou o estudo há seis anos. Durante cinco anos, o desenvolveu no Brasil e depois aprimorou o trabalho, por mais um ano, na Harvard Medical School, faculdade de medicina norte-americana, que fica em Boston, Massachussetts.
“O sentimento é de gratidão aos professores da Harvard Medical School por reconhecerem o meu trabalho de pesquisa clínica no tratamento da obesidade como um dos 10 melhores estudos desenvolvidos”, afirma o pesquisador do Ibilce.
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BIOGRAFIA
Nascido em Rio Preto, Zotarelli tem 42 anos e é professor no Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Engenharia de Alimentos na Unesp de Rio Preto.
Atua também na área de educação médica, com trabalhos direcionados às mudanças e desafios das aulas online e da nova formação curricular em medicina.
Além disso, participa de pesquisas em saúde pública sobre câncer, obesidade e nutrologia.
Atua e trabalha também em pesquisa na área de cirurgia bariátrica e metabólica e endoscopia bariátrica.
Ele cursou o programa de pesquisa clínica, escrita cientifica, tratamento estatístico e bioética pela Duke University, nos Estados Unidos, e recebeu prêmio de melhor estudo científico do Sexto Congresso Mundial de Terapia Celular e Células-Tronco, na Philadelphia.
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