O artigo de consenso inédito elaborado pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) aborda a importância do consumo de leite de vaca para a saúde humana, fundamentado em evidências científicas. Diante de um cenário de redução do consumo de leite de vaca e a crescente desinformação sobre seus benefícios, este documento visa esclarecer as principais dúvidas relacionadas ao consumo desse alimento.
1 – Adequação do Leite de Vaca para Consumo Humano:
2 – Benefícios Nutricionais do Leite em Diferentes Fases da Vida:
3 – Leite de Vaca e Inflamação:
4 – Intolerância à Lactose:
5 – Tipos de Leite Disponíveis:
6 – Segurança do Leite UHT:
7 – Recomendações de Consumo:
Conclusão do consenso:
O leite de vaca é um alimento seguro e nutritivo, com benefícios comprovados para a saúde em diversas fases da vida. Seu consumo deve ser incentivado, exceto em casos de contraindicações específicas como APLV. É essencial personalizar as orientações dietéticas de acordo com as necessidades individuais e condições de saúde.
Leia na integra: Consensus of the Brazilian Association of Nutrology and the Brazilian Society for Food and Nutrition on the consumption of cow’s milk by humans
PUBLICAÇÕES RECENTES (2024) DE ARTIGOS CIENTÍFICOS QUE APOIAM O CONSUMO DO LEITE DE VACA
Artigo 1.
O leite de vaca (CM) é um alimento saudável consumido mundialmente por indivíduos de todas as idades. Indivíduos “deficientes em lactase” não conseguem digerir o principal carboidrato do leite, a lactose, privando-se de proteínas do leite altamente benéficas, como caseína, lactoalbumina e lactoglobulina devido à intolerância à lactose (IL), que apenas existe pelo fato de não consumir rotineiramente o leite de vaca. O gerenciamento dessas condições difere, e um diagnóstico ou tratamento inadequado pode ter implicações significativas para os pacientes, especialmente se forem bebês ou crianças muito pequenas, resultando em restrições alimentares desnecessárias ou reações adversas evitáveis. Para ajudar nisso, as tecnologias ômicas desempenham um papel fundamental na elucidação das intrincadas interações entre nutrientes e o corpo humano, abrangendo desde fatores genéticos até o perfil da microbiota e metabólitos. Essa abordagem abrangente permite a delimitação e identificação precisas de coortes distintas de indivíduos com necessidades alimentares específicas, para que estratégias nutricionais personalizadas possam ser desenvolvidas. É o que se chama de nutrição personalizada ou nutrição de precisão (NP), a área da nutrição que se concentra nos efeitos dos nutrientes no genoma, proteoma e metaboloma, promovendo bem-estar e saúde, prevenindo doenças, reduzindo a incidência de doenças crônicas e aumentando a expectativa de vida. Essa abordagem personalizada pode ajudar os pacientes com IL a melhorar sua qualidade de vida, superando a depressão ou ansiedade, muitas vezes resultantes da percepção individual dessa condição como diferente de um estado normal (Link de acesso: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38276558/). Referência: Pratelli G, Tamburini B, Badami GD, Lo Pizzo M, De Blasio A, Carlisi D, Di Liberto D. Cow’s Milk: A Benefit for Human Health? Omics Tools and Precision Nutrition for Lactose Intolerance Management. Nutrients. 2024 Jan 22;16(2):320. doi: https://doi.org/10.3390/nu16020320
Artigo 2.
De acordo com a atualização de 2024 da European Society of Paediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition (ESPGHAN), as evidências disponíveis sobre o papel da prática alimentar na prevenção, diagnóstico e tratamento da alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foram atualizadas e recomendações foram formuladas. A APLV em bebês amamentados exclusivamente existe, mas é incomum e sofre de sobrediagnóstico. A APLV também é sobrediagnosticada em bebês alimentados com fórmula e mistos. Alterações nas características das fezes, aversão à alimentação ou manchas ocasionais de sangue nas fezes são comuns e, em geral, não devem ser consideradas como diagnóstico de APLV, independentemente do consumo anterior de leite de vaca. O sobrediagnóstico de APLV ocorre com muito mais frequência do que o subdiagnóstico; ambos têm consequências potencialmente prejudiciais (Link de acesso: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38374567/). Referência: Vandenplas Y, Broekaert I, Domellöf M, Indrio F, Lapillonne A, Pienar C, Ribes-Koninckx C, Shamir R, Szajewska H, Thapar N, Thomassen RA, Verduci E, West C. An ESPGHAN Position Paper on the Diagnosis, Management, and Prevention of Cow’s Milk Allergy. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2024 Feb;78(2):386-413. doi: https://doi.org/10.1097/mpg.0000000000003897
Artigo 3.
Estudos clínicos randomixados controlados (RCTs) evidenciam que os laticínios derivados do leite de vaca, independentemente do seu teor de gordura ou fermentação, não são prejudiciais à saúde cardiometabólica e podem, em vez disso, aliviar certos fatores de risco cardiometabólicos. À medida que as recomendações dietéticas evoluem, que atualmente indicam evitar laticínios integrais, é essencial considerar a totalidade das evidências, especialmente de RCTs, ao mesmo tempo em que reconhece que a investigação é necessária para avaliar a complexidade dos laticínios dentro de diversos padrões alimentares e seus impactos na saúde cardiometabólica (Link de acesso: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38669850/). Referência: Pokala A, Kraft J, Taormina VM, Michalski MC, Vors C, Torres-Gonzalez M, Bruno RS. Whole milk dairy foods and cardiometabolic health: dairy fat and beyond. Nutr Res. 2024 Jun;126:99-122. doi: https://doi.org/10.1016/j.nutres.2024.03.010
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