Nos dias 29 e 30 de novembro de 2024, o Dr. Idiberto José Zotarelli Filho ministrou uma aula no penúltimo módulo da pós-graduação em Nutrologia, Curso Nacional de Nutrologia – CNNutro, promovido pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). O evento, realizado no Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE) em São Paulo, abordou o tema “Uso de Probióticos na Saúde Mental”, destacando as interações entre a microbiota intestinal e o cérebro, bem como as implicações terapêuticas dos probióticos em transtornos mentais.
A conexão entre microbiota intestinal e saúde mental
A relação entre o intestino e o cérebro, conhecida como eixo intestino-cérebro, tem sido objeto de crescente interesse científico. Estudos sugerem que a microbiota intestinal influencia processos neurobiológicos, afetando estados emocionais como ansiedade e depressão. Essa conexão abre possibilidades para intervenções nutricionais, incluindo o uso de probióticos, visando a melhoria da saúde mental.
Probióticos: Definição e mecanismos de ação
Probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Eles equilibram a microbiota intestinal, fortalecem a barreira intestinal e modulam o sistema imunológico. Esses efeitos podem influenciar a produção de neurotransmissores e a resposta inflamatória, fatores diretamente ligados à saúde mental.
Evidências científicas sobre probióticos e saúde mental
A relação entre a microbiota intestinal e a saúde mental tem sido objeto de crescente interesse científico. Pesquisas indicam que a composição e o equilíbrio dos microrganismos intestinais podem influenciar processos neurobiológicos, afetando estados emocionais como ansiedade e depressão. Nesse contexto, os probióticos — microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro — têm emergido como uma intervenção promissora.
Estudos sugerem que a administração de probióticos pode auxiliar na modulação do eixo intestino-cérebro, contribuindo para a melhoria de sintomas relacionados a transtornos mentais. Embora os mecanismos exatos ainda estejam sendo investigados, acredita-se que os probióticos possam influenciar a produção de neurotransmissores, reduzir a inflamação sistêmica e fortalecer a barreira intestinal, fatores que desempenham papéis cruciais na manutenção da saúde mental.
A seleção de cepas probióticas específicas é fundamental para alcançar os efeitos desejados. Por exemplo, algumas cepas dos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium têm demonstrado potencial na redução de sintomas de ansiedade e depressão. No entanto, é essencial que profissionais de saúde considerem as características individuais de cada paciente ao recomendar a suplementação com probióticos.
Aplicações clínicas e perspectivas futuras
Durante a aula, o Dr. Zotarelli Filho enfatizou a importância de selecionar cepas probióticas específicas para obter os efeitos desejados na saúde mental. Ele também discutiu a necessidade de mais estudos clínicos para estabelecer protocolos eficazes e seguros para o uso de probióticos como parte de estratégias integradas de tratamento.
A inclusão de probióticos no manejo de transtornos mentais representa uma abordagem promissora, especialmente considerando a busca por terapias com menos efeitos colaterais em comparação aos tratamentos farmacológicos tradicionais.
Sobre o CNNutro e a ABRAN
O CNNutro é uma pós-graduação lato sensu oferecida pela ABRAN, reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). O curso visa capacitar médicos para a prática clínica em nutrologia, fornecendo uma base sólida em nutrição médica e preparando-os para a Prova de Título de Especialista em Nutrologia.
A ABRAN, fundada em 1973, é a principal entidade representativa da nutrologia no Brasil, dedicada à promoção do conhecimento científico e à formação de profissionais qualificados na área.
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